Dor, uma palavra tão
pequena mas de causalidade tão catastrofística.
As vezes me pego
olhando para meu teto mofado contando os pontos de bolor como
estrelas no céu.
Penso se existiu uma
vida minha passada em que fui uma pessoa muito má.
Eu não consigo
entender como eu posso ter vindo a este mundo apenas para sofrer,
pois que sentido teria eu agora?
Posso eu desistir da
pessoa que sou?
Posso me tornar má?
Posso eu me tornar
desconfiada e não acreditar mais no EU TE AMO?
Me pergunto se
existirá no mundo alguém como eu, que não é perfeita, mas que,
pelo menos, presa pelos sentimentos do outro.
A vida tem me
ensinado que não posso confiar em ninguém e que todos de alguma
forma mentem para mim.
Me pergunto quando
aprenderei que o amor é um sentimento falido há muito tempo neste
mundo em que vivemos, e que eu sozinha não conseguirei amar por
todos ao meu lado.
Por muitas vezes
tive a esperança de que se eu amasse as pessoas elas um dia
aprenderiam a me amar também.
O tempo de infância
passou.
O tempo de crescer
chegou.
É preciso aprender:
A viver na realidade
de um mundo em que as pessoas não amam!
Um mundo em que elas
ficam com você até o momento que não aparece algo melhor.
Um tempo em que
lutar é perda de tempo, porque as pessoas são descartáveis, afinal
a fila anda.
Vou crescer!! Digo
para a constelação de mofo.
Vou levantar e não
sentirei mais amor! Afirmo para elas.
Não serei mais
apoio de ninguém! Eu levanto o estandarte dessa certeza.
Eu levantei hoje,
mas meu coração não entendeu as minhas palavras…
Eu AMO, e talvez
esse seja o meu castigo.
Eu confio! Talvez
esse seja o meu erro.
Eu luto! Por isso
estou ferida.
Eu espero que as
pessoas se arrependam, porque acredito na bondade, porque se eu sou
assim, me pergunto se serei a única no mundo.
Ontem me machucaram,
falaram mentiras para mim como se eu fosse uma criança de colo que
não conseguisse distinguir palavras verdadeiras e mentirosas.
Olham para mim e
dizem que se soubesse teria sido diferente.
Olham pra mim e
dizem que estarão la.
Mas elas não estão,
pois estou aqui mais uma vez contando estrelas de bolor em meu quarto
escuro e mais uma vez me perguntando porque sou assim tão ingênua
em pensar que alguém se importaria.
Eu descubro que
algumas pessoas que dizem que se soubessem teria sido diferente, na
verdade não é culpa, é medo do que as pessoas podem dizer se
souber que nesse momento soltaram minha mão.
Eu caminho por um
abismo escuro.
Eu caminho por um
labirinto que não sei se um dia encontrarei a saída.
Eu não sei se um
dia alguém acenderá uma luz para me guiar a sair desse labirinto de
dor.
Eu grito em silêncio
por socorro!!
Me ajudem!!
Me ajudem!!
Me ajudem por favor,
já não aguento mais ficar aqui!
Mas com a voz gelada
tão quanto o gelo e suave como a neve, as estrelas de bolor me
respondem em um som de coral Renascentista:
Só nós estamos
aqui!
Só nós te ouvimos!
Nós somos a sua
recompensa!
E eu respondo com
uma pergunta:
Porque?
Ouço o eco das
minhas lágrimas ao encontrar meu travesseiro...